24 dezembro, 2009

Hora do balanço

Sentado aqui na frente do pc me deu uma daquelas vontades incríveis de chorar, assim mesmo, horas antes da ceia de Natal.

Não sei ao certo o motivo, mas arrisco uns palpites:

- Bichice! (isso quem diria é o Sr. André Zin Ogrofofo da Casa do Ogro);

- Saudade de quem está longe, de quem se foi e não volta mais, de que nem disse "Bye bye, so long, farewell";

- Alegria;

- Sentimento de dever cumprido;

- Tudoissojuntoaomesmotempoagora... Por que não?

É isso.

O ano passou e o 5º ano chegou. E eu estou lá, depois de um pequeno atraso de 1 ano.
De uma forma ou de outra foi uma conquista.
A melhor turma de amigos foi embora e agora, quiçá, só nos encontraremos como partes diferentes, cada uma de lado de uma relação processual nem sempre tranquila.

Enfim. É a vida, não? Vamos vivê-la.

Lá se foi mais um ano... Talvez este seja o derradeiro post no blog deste ano que se finda.
Assim, se eu não os vir mais desejo a todos boas festas!

20 dezembro, 2009

Prestidigitação*

Então ela me diz:

" - Não há de ser nada, estou sentindo isso..."

E não acontece nada mesmo! Incrível não?

Que sexto sentido aguçado é esse?

* Ou aquilo que desafia as leis físicas e lógicas e toda a explicação racional de algo.

05 dezembro, 2009

Ele voltou!

Depois de uma temporada do outro lado do mundo "estudando" (ênfase nas aspas!) a pessoa mais cachorra, salafrária, sem-vergonha, cachorra (sim, de novo), paciente, amiga, cachorra (de novo, tem problema não!), ébria contumaz, sumida e irmão que eu não tive (por isso a liberdade ao adjetivá-lo tão "bem") voltou!

Quer dizer, ainda vai voltar. Pelo que eu sei a esse instante (ou pelo menos no interregno temporal que durar a escrita deste post) ele está em algum lugar entre o céu e a terra, mais perto do céu, num avião da British Airways e chega no meio da tarde. Mas o importante é que ele está vindo já!

Quando ele se foi eu escrevi um texto todo bonitinho (bem fru-fru mesmo), saudoso, chorão e que espero que ele o tenha lido várias vezes durante sua ausência, mas dessa vez não vou repetir a dose.

Chega de fazer todos chorarem. Tá na hora de dar um pouco de risada!

Tudo isso pra dizer uma coisa:


Seja bem vindo! (Porra, senti uma falta do ca-ra-le-o de você viu!)

20 novembro, 2009

Eu queria...

O que eu queria mesmo, de verdade, era ser piloto de avião.
Entendo um monte de coisas desse tal mundo aéreo e tudo o mais.

Mas não vai dar, pelo menos nessa vida.
Vou mesmo é operar o Direito, a "disciplina da convivência humana" e pronto.

Hum...

Droga, eu ainda piloto um avião!

19 outubro, 2009

E o que é...

E o horário de verão, o que é?
Uma dilação no tempo para virar o teu relógio biológico do avesso.

E que venham as noites curtas e os dias longos!

09 outubro, 2009

Contemplando...

CONTEMPLANDO NAS COUSAS DO MUNDO DESDE O SEU RETIRO, LHE ATIRA COM O SEU ÁPAGE, COMO QUEM A NADO ESCAPOU DA TROMENTA


Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem o dinheiro tiver, pode ser Papa.


A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais tenso se mostra, o que mais chupa.


Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.

(Gregório de Matos Guerra)

07 outubro, 2009

Descreve o que era...

DESCREVE O QUE ERA REALMENTE NAQUELE TEMPO A CIDADE DA BAHIA DE MAIS ENREDADA POR MENOS CONFUSA

A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.

(Gregório de Matos Guerra)

27 setembro, 2009

Dando um tempo

Porque ela vem vindo com tudo.

Sim, ela mesma.

Senhouras e senhoures,
Com vocês ela que é magnifíca, esplendorosa, estonteante, cansativa, subjugativa, intercorrente e etc. e tal, a...

... semana de provas!

[aplausos]

That's all folks!

04 setembro, 2009

Sensação

Que sensação é essa?
Não sei.
Eu me sinto bem, inegavelmente bem.

Mas, contigo eu me sinto melhor.
Aí ou aqui. Lá ou cá. Seja onde for.
Só você sabe como fazer isso. Só você sabe como conseguir isso.

21 agosto, 2009

2 meses

E durante esse tempo eu descobri um monte de coisas.
Do mesmo monte de coisas, que são um monte porque nunca paro para contá-las. E penso que nem deveria fazer isso.
Do mesmo monte de coisas que a cada dia você também descobre, seja pela mensagem da manhã ou pela conversa da tarde.

Só que, mais do que qualquer outra coisa que eu já tenha descoberto, eu descobri que gosto do vai e vem.

Gosto do mal me quer.
Gosto do bem me quer.
Gosto do mal que me quer de bem.

Gosto de você assim.
Assim.
De me dizendo assim, serei feliz de flor...

De você amanhecendo a meu lado.
Amanhecendo sim, perto de mim, perto da claridade da manhã.

[Soundtrack: A rã – João Donato]

18 agosto, 2009

Diálogo verídico

Terça-feira. Manhã quente/fria/chuvosa/abafada assim tudojuntoagora, sabe?

Estou lá eu sentado no ônibus vindo para o trabalho e num ponto qualquer do caminho alguém dá sinal de parada.
O ônibus encosta, o motorista abre a porta e ouve-se o seguinte diálogo:

Passageira: " - Esse ônibus passa na Vergueiro?"

Motorista: " - Passa sim senhora... Pra onde a senhora vai?"

Passageira: " - Pra São Bernardo..."

Motorista: " - Pode subir então senhora"

Passageira: " - Mas chegando lá onde eu desço???"

Motorista (entre atônito, sincero e brincalhão): " - Onde a senhora quiser..."

[Essa última frase, dentro do contexto, provoca risos da platéia]

É mole, a gente acorda cedo pra escutar cada coisa né...

14 agosto, 2009

Eros

Nada há mais belo
do que o sono de quem ama.
Quando dorme, o amor não sonha,
não sofre, não dói.
Mas se é da terra, onde sopra a vida,
devo flechá-los e cálida ferida
florescer no corpo e revolver a alma,
e despertar a dor, para que seja querida,
como o dom da vida,
que desperto em meu amor.

(João José de Melo Franco)

29 julho, 2009

Bom é

Bom é quando te dá vontade, te faz querer, te faz criar uma necessidade.
E com ela é assim.

Bom é acreditar que será surpreendido por ela no desembarque. Mas bom mesmo é se desencontrar e ficar brincando de pique-esconde.

Bom é vê-la demorando a se maquiar porque quer se fazer mais bela para ti.

Bom é saber que mesmo você dormindo exausto, ela acorda e, sorrateiramente, fica te observando tendo aquele momento só para ela.

Bom é acordar do lado dela e encontrá-la ansiosa por seus carinhos: É só esticar o braço pro lado e ela se mexe rápida, pedindo para ser abraçada mais forte e beijada com mais ternura.

Meu coração anda feliz: Bom é tê-lo batendo por ela, e recebendo de volta, o recíproco batimento do coração dela.

Hoje, no universo, nada que brilha cega mais que teu nome.

10 julho, 2009

Ausência

“II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente”

(Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta)

08 julho, 2009

O tal total

o amor é o tal total que move o mundo
a tal totalidade tautológica,
o como somos: nossos cromossomos
nos quais nunca se pertenceu ao nada:
só pertencemos ao tudo total
que nos absorve e sorve as nossas águas
e as nossas mágoas ficam revoando
como se revoltadas ao princípio,
àquele principício originário onde era Orfeu, onde era Prometeu,
e continua sendo sempre lá
o cais, o never more, o nunca mais,
o tal do és pó e ao pó retornarás

(Geraldo Carneiro)

04 julho, 2009

Quando

que poema é esse que pasma?
que ostra é essa que come crosta?
que escafandro é esse que sobe fundo?
que lontra é essa que alucina?
que cume é esse que me cabe?
que ilha é essa que navalha?
que caule é esse que me colhe?
que hora é essa que jorra água?
que caça é essa que chega no canto?
que manto é esse que amassa o mal?

[...]

A minha água
eu carrego comigo.
Mas e a mágoa do mundo?

(Adaptado de poema homônimo de Pedro Rocha)

25 junho, 2009

Da descoberta

Sábado. Sol. Rugby.

Tríade perfeita.
O que estragou é que entre o sol e o rugby houve uma prova de prática civil testando os meus (des)conhecimentos, mas whatever...

Rugby é um jogo cheio de definições, mas a que mais importa mesmo agora é a fome que ele te proporciona ao final da prática.
E depois do jogo, ambos, amigos de fé, amigos de cancha e amigos famintos, vão ao mercado.

“- Só isso?”
“- Só, eu não como sem feijão e Coca-cola tem em casa.”
“ – Eu também não, mas são quase 4 da tarde e eu tô faminto.”
“ – A gente podia comprar mais alguma coisa.”
“ – Alguma coisa como por exemplo...?”
“ – Sei lá... Vê aí nas pratileiras o que tem...”
“ – Beleza.... Hum... Macarrão 4 queijos... Macarrão à carbonara...”
“ – Não, hoje não tô afim de massa...”
“ – Tá... Mas aí só vai sobrar essas coisas liofilizadas tipo ração R-1 de campanha.”
“ – Eca...”
“ – Não, peraí, tem algo aqui... Risoto!”
“ – Hunpf...”
“ – Carne com legumes.... Carme moída ao molho bolonhesa...”
“ – Peraí, como é que é?”
“ – Como que é o que?”
“ – A carne moída, é como?”
“ – À bolonhesa... Ahn... À bolonhesa?”
“ – Não pode ser... Explica o paradoxo”
“ – Mano, eu cozinho e você também... Mas acho que a gente se perdeu em alguma volta que a gastronomia mundial deu... E agora temos essa maravilha de ‘carne moída à bolonhesa’...”
“ – E agora?”
“ – Hum... Vamos de carne com legumes, é o que nos resta de ‘normal’ por aqui...”
“ – Tá, mas que carne é essa?”
“ – Filé mignon é que não é... E deixa de frescura senão daqui a pouco a gente vamos almoçar na hora da janta.”
“ – Tá bom vai... Mas carne moída à bolonhesa...”
“ – É...”
“ – Eu hein...”

P.S. - E não é que a carne com legumes era nada mais nada menos do que picadinho... Vai vendo a descoberta.

21 junho, 2009

Da faculdade, das férias, da vida.

Agora falta pouco, muito pouco.

Mas ele ainda precisa passar por mais esta semana para se ver livre: mais alguns peças forenses, mais algumas teses, mais algumas alternativas, mais algumas frases construídas em poucas linhas onde o pensamento e a explicação quase não cabem...

No começo era diferente. Muita teoria, quase nenhuma prática. Todas as dúvidas misturavam ambas. Aos poucos uma foi se ajeitando a outra (como a carga de um caminhão de melancias, segundo um professor) e pronto: vida profissional here I go.

O que há lá fora depois do baile de formatura e da sensação de dever cumprido após esses 5 desgastantes anos?
Essa é a a dúvida que o persegue desde o primeiro dia de aula quando a pergunta que jamais terá uma resposta definitiva e que vai lhe perseguir para todo o sempre lhe foi feita: O que é Direito?
Aos poucos aprendeu que junto a ela vem uma outra: O que é Justiça? Que igualmente não possui uma resposta precisa e definitiva.

Essa é a semana mais tumultuada quando se é universitário. Tem que dar tempo de tudo, tempo de conciliar a vida pessoal com a profissional e a acadêmica. Se tiver uma vida afetiva então ai ai ai...

Apesar de todos esses pesares, ele ama isso tudo. Não o herdou de ninguém e isso faz com a paixão que sinta pela disciplina da convivência humana seja mais forte.
Tira proveito de cada lição que lhe é passada e inquieta-se quando não está intelectualmente ativo. Não suporta tal preguiça.

Pronto, acabou. Lá se foi ela, temível, levando consigo esperança de ter obtido sucesso nas provas sob as quais passou.

Começo de férias. Como ele sabe? Simples: olha para o céu e vê os pipas.
Época de pipa, o céu tá cheio. 14 anos atrás ele ainda estava ali no meio. Correndo atrás, gritando, xingando (aprendeste cedo esta parte da gramática da nossa língua).
A vida era, além de ir a escola, levantar cedo todo o sábado (quem dera ter mantido este costume até hoje) e jogar bola o dia inteiro (outro costume que não foi mantido, mas por causa da rotina) com apenas uma pausa rápida para "engolir" o almoço.

O tempo passou. E apesar do maior domínio que ele possui sobre este, não lhe é mais tão possível controlá-lo da forma que gostaria. Mas, pensando bem, acredita ter vivido tudo o que lhe foi possível da melhor maneira.
Hoje e agora a vida é outra.

Há quanto tempo ele já não faz uma daquelas viagens sem destino com a mochila atada às costas? Por que não a faz agora, já que gosta tanto disso?
Não vai dar, vão ser mais 2 anos sem ela que somando-se aos outros 3 anteriores dão 5. Quanto tempo já...

Não, ele não se lamenta. Afinal cada uma dessas situações das quais ele se recorda com saudade faz com que ele não se arrependa de nada e tampouco de nenhuma delas. E, ainda, tenha mais força para seguir em frente. Afinal, ele quer ter mais e mais essa tal "bagagem de vida".

Saudades... É... Hoje, definitivamente, elas resolveram virem me visitar.

18 junho, 2009

In Passim

Tudo vai-se acabando, tudo passa
do que é ao que era; é tudo mais
ou menos uns vestígios de fumaça
no espaço do que deixas para trás.

E tudo o que deixaste ou deixarás
de manso ou de repente, sem que faça
diferença nenhuma no fugaz,
é assim como a garoa na vidraça:

intimações de lágrima delida.
Não valeu chorar nada. Nem te atrevas
a lamentar-te à porta da saída,

pois pouco importa a vida como a levas,
que ela te leva a ti, de despedida
em despedida, a uma lição de trevas.

(Bruno Tolentino)

14 junho, 2009

Gritar

Gritar.

Mas, para quê gritar?

Quem vai ouvir?

Quem vai escutar?

Quem compreenderá o grito louco agredindo a noite que se faz silenciosa até a alvorada?

Se antes era. Agora, por ela? Infelizmente, não mais.

Segues então, só ou sozinho, teu caminho com essa vontade que lhe move e com o grito alojado na garganta pronto para se libertar.

11 junho, 2009

Do Verbo Mentir

Mentira mentiu, mentia
Que amava certa Maria,
Que fingia acreditar.
Mas na verdade enganava
A pobre amada que amava,
Mentindo, tudo aceitar.
Um dia fez-se verdade
A sua infidelidade,
Não mentiu ao confessar
Que toda a vida mentira
Amor que nunca sentira,
Sentindo muito enganar.
Mas, a Maria enganada,
Não chorou desesperada
E simplesmente aceitou.
Pois na verdade ironia,
A moça também mentia,
E ele nunca acreditou.

(Anna Maria Dutra Menezes de Carvalho)

03 junho, 2009

Sextina devassa

Mordo os seios que trazes
como fruto celeste
pois no teu corpo a flor
entre ambígua e devassa
prefere o amor da carne
rosa aberta na cama.

À vontade na cama
o amor contigo trazes
entranhado na carne,
prazer quase celeste
que teu corpo devassa
ofertando-se em flor.


Sensualíssima flor
desabrocha na cama
e surge mais devassa
nos perfumes que trazes
como essência celeste
espalhados na carne.


Seios, cabelos, carne
convergem para a flor
amorosa e celeste
que se exibe na cama
e que de ambígua trazes
entre casta e devassa.

Meu olhar não devassa
o debaixo da carne
que ocultamente trazes
na aparência de flor
largada sobre a cama
entre impura e celeste.

Nem o som de celeste
permite que a devassa
se complete na cama
adentro e além da carne
enquanto mordo a flor
dos seios que me trazes.

Não me trazes, celeste,
outra flor que, devassa,
brote em carne, da cama.

(Fernando PY)

02 junho, 2009

Idas e Vindas.

Fui.

Voltei.

Fui.

Voltei.

Sou uma eterna inconstância até encontrar algo onde eu possa repousar o meu ser e suas ânsias.

20 maio, 2009

De como estamos românticos ultimamente

Essas paixões que chegam de repente
são as que não têm casa, não têm lar;
mas sei também, eu sei que muita gente
diz: aí mesmo é que se deve amar.

Não sei por que seria indiferente
às mundanas paixões, o medo à frente
de qualquer pensamento racional,
qualquer lembrança aqui encontra ausente,
faces ruborizadas, Stendhal
não faria melhor...faria igual:
suspiros da senhora de Rênal
não aplacaram de Sorel, o mal.

Seu sonho, seu desejo, seu presente
era impossível: ascender de classe,
como se todo o luxo em que vivia,
e como se a riqueza não bastasse
para beijar à face a hipocrisia:
ai, amor meu, prometo que seamasse
alguém, serias tu, luz do meu dia.

(Paulo Fichtner)

18 maio, 2009

Pra onde?

Pra onde você está indo?
Pra onde eu estou indo?
Pra onde o mundo está indo?
Pra onde a vida tá levando a gente?

Pra Brasília? Pra Brisbane?

Ou será que um dia a gente ainda volta a jogar bola naquele quintal estreito e comprido, de uma infância não muito distante, numa tarde quente de algum domingo depois do almoço?

Ainda, será que, depois da bola, Dona Maria Aldina e Dona Rose vão querer matar a gente só porque estamos suados? Vai saber...

Não dá pra saber nada, não dá para adivinhar nada.

Mas e daí, só por causa disso nós vamos desistir? Vamos deixar de tentar? Se pouco nos conhecemos a resposta é "Jamais!".

Num dia estávamos sentados almoçando separado do restante da família porque somos os únicos que não comem bacalhau e vivíamos de macarrão no almoço de Páscoa.

Num outro estávamos viajando sozinhos, dormindo com um olho aberto e o outro fechado numa rodoviária perdida numa cidade de interior só pra poder aproveitar mais o feriado chuvoso de Carnaval.

Numa vez era eu que resolvi aprender a cozinhar e fiz o nosso almoço de Páscoa porque ainda não aprendemos a gostar do bacalhau que nossas mães fazem.

Na outra era eu chegando exausto de um final de semana em Brasília e te encontrando de bermuda e chinelo no saguão de desembarque do aeroporto com aquela cara de você dizendo "Que porra você tá fazendo aqui?"

Depois era você chegando de Ilhéus e me encontrando no saguão do aeroporto de Salvador com um livro na mão para um mochilão pelo litoral da Bahia.

E pra que tudo isso?
Você mesmo, naquele nosso último almoço juntos naquela cantina, disse tudo: "Bagagem e experiência de vida cara!" Essa é a resposta para todas essas nossas perguntas.

Talvez você não saiba (e se eu não contar, você nunca irá saber não?) mas é o irmão que eu não tive. E que já não dá mais para ter, então vai ter que ser você mesmo e pronto. Meu super-herói sempre atrasado.

A idéia inicial do texto era dizer um "Não vai porra nenhuma!", mas adianta? Não.
Então vai, mas volta. Vai e toma todas as Foster's possíveis por você e por mim. Vai e e na volta me conta tudo com a cumplicidade de irmãos que só nós 2 conseguimos ter. Vai e conheça todos os animais que só existem lá. Vai e assista um jogo de rugby e depois me diga qual esporte é de cara delicado criado com a vó. Vai e dê um pulo na Nova Zelândia. Afinal, são só 7 meses não?

Dia 20 eu não estarei lá. Despedidas sempre são muito tristes e me fazem chorar. Não vamos tornar isso ainda mais díficil né?
Ah sim, e espero que você me desculpe por isso. Mas dia 5 de dezembro, quando você voltar, estarei lá revivendo a sensação de uma espera infindável num desembarque de aeroporto.

Eu fico. E cuido de tudo o que você me pediu. E penso em tudo o que você me disse. E depois te mostro os resultados.

Boa sorte por lá.

E sucesso. Muito e sempre. Você merece.

Um beijo grande e um abraço maior ainda.

P.S.1 - Foi foda lembrar e escrever tudo isso sem chorar algumas muitas vezes.

P.S.2 - E você, pára de chorar só por ter lido isso, mocinha!rs

10 maio, 2009

Mãe

É aquela que te perturba, mas ao mesmo tempo conforta.
É aquela que briga contigo, mas ao mesmo tempo te faz dar risada.
É aquela que sempre pergunta as coisas pra você, mas que também responde tuas dúvidas.
É aquela que te faz acreditar, mas que também te diz que não vai dar certo.
É aquela que você quer que suma, mas que você sabe que irá sentir falta dela quando isso acontecer.
É aquela que sabe o que você sente e precisa, mas que sabe que não pode te dar tudo pois é assim que ela te faz crescer.

E a senhora sedizente minha mãe é assim: tudojuntoaomesmotempoagora. E esse é o jeitinho dela, goste eu ou não.

Meu desejo de um feliz Dia das Mães para todas as mães nesse dia!
E para aqueles que não podem ter suas mães por perto hoje um feliz Dia das Mães também. Afinal, mesmo que elas estejam longe ou mesmo que não estejam mais entre nós, elas estarão sempre nos olhando e cuidando de nós.

29 abril, 2009

Acabou

E lá se foi mais uma temível semana de provas.
Que aliás se dividiu em duas, por isso clama pelo plural.

Agora vem talvez a pior parte: As notas.

Isso se os inclítos professores fizerem a "lição de casa".

Mas nesse interregno temporal a única coisa realmente líquida e certa são os Jogos Jurídicos, ou JUD como preferir, na paradisíaca e prosaica Avaré, cidadela no interior de SP à beira de uma represa, que contará com minha presença apenas com o intuito de desopilar o corpo após o stress pós-traumático causado pelas provas.

Depois voltamos a nossa programação normal.: Provas, trabalhos, seminários, resumos, sínteses, teses, antíteses, sentenças, decisões interlocutórias, acórdãos, agravos, embargos e congêneres.

E quando estarei me acostumando ao ritmo de aulas novamente já estaremos próximo da segunda semana de provas e depois delas as férias, merecidas e desejadas.

Aí é que não me acostumo nunca às aulas mesmo!

26 abril, 2009

Do Desejo

E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama? Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

(Hilda Hist)

23 abril, 2009

Enfim... 27


É hoje? É agora? É daqui a pouco?

Não importa...

Finalmente,

27 anos.

Não que eu estivesse esperando ansiosamente por eles, mas já que chegaram por que não comemorar?

Queria estar no RJ, porque hoje por lá é feriado devido ao dia de São Jorge (aliás, Salve Jorge!).
Mentira, queria estar em Brasília. Por que? Um dia eu explico.
Mas vou mesmo é me contentar com essa São Paulo que me irrita e me alegra com a mesma intensidade.Não tenho a mínima idéia de onde ir para comemorar ou o que fazer.

Vontades? Um monte delas, mas calma lá. Tudo a seu tempo...

Só sei que não desejo ganhar uma festa onde uma Marilyn Monroe saia de dentro de um bolo gigantesco e cante "Happy birthday to you" para mim.

É, el tiempo pasa, nos vamos poniendo viejos... Ou não. Essa mania de se achar velho só dura até os 60. Depois você fica achando que é novinho.

De tudo o que se passou até aqui não posso reclamar de nada. Das coisas que aprendi e das que ensinei, dos tombos que levei, dos lugares que visitei, das enrascadas em que me meti, das brigas em que bati e apanhei, dos jogos que perdi e ganhei, das feridas que ficaram e das que cicatrizaram.

Tudo isso (e muito mais um pouco) de uma forma ou de outra contribuiu para que eu me tornasse o que sou com minhas idéias, vontades, manias, carências e loucuras.

Recentemente, uma amiga que regula de idade comigo, com diferença de alguns meses apenas, pediu-me para que eu quando chegasse a essa idade dissesse a ela o que muda para ela ir se preparando.Pensando nesse pedido e nela, acho que dá para resumir o fato naquela piada do cara que se joga do alto do prédio de 20 andares e a cada andar por que passa ele repete para si mesmo "Até aqui tudo bem" como que para se acalmar.

Incrível, mas é isso aí.

Jusqu'ici, tout va bien.

27 anos, sejam bem vindos!

20 abril, 2009

18 abril, 2009

Quase 27

O que se espera de uma pessoa que chega em casa às 2h da manhã de uma sexta, fica peticionando (isso está se tornando um vício já) até às 3h, vai se deitar e está de pé às 7h do sábado para ir a aula na faculdade e ficar lá até às 11h40?

Que ela volte pra casa e durma o resto da tarde até o olho abrir, certo? Errado.

Ainda mais se na volta para casa ele encontra 4 garotos jogando taco (ou bet, depende de onde você foi criado) e nele bate algo que o remete à infância e daí então ele resolve pedir para jogar.

Depois de algumas tacadas, alguns arremessos, alguns "ô tio" dito pelos garotos e alguns ensinamentos passados pelo "tio" mais experimentado no "esporte", o que restou?

Um pouquinho de cansaço (passageiro) causado pela vida sedentária do "tio" que do nada resolveu ficar correndo de um lado pro outro dando tacadas numa bolinha.

Estou ficando velho? Não, estou é ficando experiente mesmo.



É, quase 27...

12 abril, 2009

Ela vem vindo...

E eis que surge ela em todo seu esplendor. Com aquele sorriso fácil que nem sempre quer dizer algo bom. Com aquele seu jeito de menina tímida, mas que sabe muito bem o que quer de mim.

Lá vem ela....

SEMANA DE PROVAS!

E que ela venha com tudo, mesmo eu não estando tão preparado quanto eu deveria e gostaria.

02 abril, 2009

Elogio

E não é que esse "monstrinho" que vos escrevo recebeu um elogio?

Na verdade, foi um elogio dirigido ao autor dele, não a ele exatamente.

Mas, impossível é desmembrar-se um do outro. A criatura segue a sorte de seu criador.
(No Direito isso é quase da mesma forma: O acessório segue a sorte do principal. Exceto quando a natureza do principal é diversa da do acessório. Enfim, vocês não precisam mesmo saber disso, só eu).

P.S. - Em tempo: Srta. Patrícia Pirota, esse post é dedicado a você... Thank's!

30 março, 2009

Aceitarás o amor como eu o encaro?

Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.

Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições.
O encanto
Que nasce das adorações serenas.

(Mário de Andrade)

23 março, 2009

1 mês...

Pois é.

Esse é o tempo que falta para o meu aniversário.
Não vou ficar fazendo agora um balanço e tampouco uma retrospectiva (não tô morrendo porra!!!), mas preciso pensar em algumas coisas do tipo as provas da faculdade que terei nesse meio tempo, os possíveis lugares em que pretendo celebrar a "famigerada" data, em como dar um xeque-mate em assuntos sentimentais, escolher a camisa-gravata-sapato pra um casamento e outras cositas más...


Quanto tempo será que demora 1 mês pra passar?

20 março, 2009

Não é...

Não é a pressa, mas sim a urgência.

Não é a vontade, mas sim o desejo.


O que são essas palavras? Boa pergunta. Sonhei com elas na madrugada retrasada, e com mais algumas outras coisas e pessoas, e acordei com isso na cabeça. Noite de insônia punk viu...

Mas até que rendeu uma poesia. Tosca, mas uma poesia, oras!

19 março, 2009

E essa chuva hein?

São Paulo te lembra o quê?

Essa resposta dá margem à múltiplas respostas.
Mas, mais precisamente agora no mês de março, São Paulo me lembra caos. Pau, pedra, fim do caminho.

Na terça houve um dilúvio. Maior que esse só me recordo de um em 1999 que alagou o túnel do Anhangabaú. Fiquei 2 horas para percorrer 10 km que faço fácil em 15 minutos. E olha que eu tive sorte, ainda mais por estar no ABC, epicentro da coisa toda. Sorte que era St. Patrick's day, assim pude comemorar devidamente a data sem peso na consciência de que estivesse faltando as aulas, que aliás foram suspensas.

Ontem, quarta, choveu novamente. Mas só para dar um susto.

Não vou entrar no mérito da questão das enchentes, do descaso público, das pessoas que perdem seus bens, suas vidas e de todo o blábláblá congênere.

A única pergunta é: E essa chuva hein?

Parafraseando o poeta, "são as águas de março fechando o verão..."

13 março, 2009

A essa hora...

A essa hora, depois de finalizar uma contestação manuscrita (pasmen, eu ainda manejo papel e caneta para certas coisas que eu poderia fazer no lépti toq) a cabeça tá a mil, pensando em mil coisas/fatos/pessoas ao mesmotempotudojuntoagora...

No meio disso tudo ainda arrumei saco (ops, ânimo. Que me desculpem os recatados e as mocinhas) para estrear a minha "falta de tato" com este instrumento e quebrar um pouco a rotina das poesias (que vira-e-mexe estarão sempre presentes, of course).

Qualquer dia desses eu conto o porque comecei a escrever esse "monstrinho", prometo. Agora não. Estou muito ocupado com um princípio de insônia e pensando em algo a respeito dela que vem me fazendo rir e sentir-me bem... E cujo o motivo para isso eu ainda não sei exatamente.

No mais é isso aí. Um beijo pro meu pai, pra minha mãe e pra você!

P.S. - E começa a chover lá fora...

27 fevereiro, 2009

Explicação do Fato Parte II

Também tenho uma noite em mim tão escura
que nela me confundo e paro
e em adágio cantabile pronuncio
as palavras da nênia ao meu defunto,
perdido nele, o ar sombrio.
(Me reconheço nele e me apavoro)
Me reconheço nele,
não os olhos cerrados, a boca falando cheia,
as mãos cruzadas em definitivo estado, se enxergando,
mas um calor de cegueira que se exala dele
e pronto: ele sou eu,
peixe boi devolvido à praia, morto,
exposto à vigilância dos passantes.
Ali me enxergo, à força no caixão do mundo
sem arabescos e sem flores.
Tenho muito medo. Mas acordo e a máquina me engole.
E sou apenas um homem caminhando
e não encontro em minha vestimenta
bolsos para esconder as mãos, armas, que, mesmo frágeis,
me ameaçam.
Como não ter medo?
Uma noite escura sai de mim e vem descer aqui
sobre esta noite maior e sem fantasmas.
Como não morrer de medo se esta noite é fera
e dentro dela eu também sou fera e me confundo nela
e ainda insisto?
Não é viável.
Nem eu mesmo sou viável, e como não? Não sou.
O que é viável não existe, passou há muito tempo
e eram manhãs e tardes e manhãs com sol e chuva e eu menino.
Eram manhãs e tardes e manhãs sem pernas
que escorriam em tardes e manhãs sem pernas
e eu sentado num tanque absurdamente posto no meio da rua,
menino sentado sem a preocupação da ida.

E era todo dia.
Havia sol
e eu o sabia
sol: era de dia

Havia uma alegria
do tamanho do mundo
e era dia no mundo.

Havia uma rua
(debaixo dum dia)
e um tanque.
Mas agora é noite até no sol.

(Torquato Neto)

20 fevereiro, 2009

É preciso sempre deixar um pouco de desejo

É preciso deixar sempre um pouco de desejo nas pontas dos dedos para tocar o corpo da mulher amada quando ela se foi mas ficaram o cheiro do seu suor nas dobras do lençol, seu sorriso que espia do espelho, a escova e o batom esquecidos (?) para nos lembrar.

É preciso deixar sempre um pouco de desejo nas pontas dos dedos para beliscar as cordas do violoncelo olvidado no canto da sala e arrancar seus gemidos plangentes e outonais que não eram ouvidos nunca mais.

É preciso deixar sempre um pouco de desejo nas pontas dos dedos para na ilha naufragada afagar a capa de couro do livro levado na algibeira, cheirá-lo, repassar suas folhas uma a uma e não ler a última jamais.

É preciso deixar sempre um pouco de desejo nas pontas dos dedos para alçar voo do chão cativo, palmilhar um pedacinho de inferno e um pedacinho de paraíso.

(Antonio Carlos A. Gama)

19 janeiro, 2009

Noite

Melhor é ter um cão
com quem se possa conversar,
especialmente à noite.

Melhor é ter um cão
para em silêncio ser ouvido,
como se palavras não existissem
nem conversas,
nem dizeres.

Com um cão as palavras
são desnecessárias.

Nesta sala vivemos quietos
diante da janela
e isto nos basta.

(Álvaro Alves de Faria)