20 maio, 2009

De como estamos românticos ultimamente

Essas paixões que chegam de repente
são as que não têm casa, não têm lar;
mas sei também, eu sei que muita gente
diz: aí mesmo é que se deve amar.

Não sei por que seria indiferente
às mundanas paixões, o medo à frente
de qualquer pensamento racional,
qualquer lembrança aqui encontra ausente,
faces ruborizadas, Stendhal
não faria melhor...faria igual:
suspiros da senhora de Rênal
não aplacaram de Sorel, o mal.

Seu sonho, seu desejo, seu presente
era impossível: ascender de classe,
como se todo o luxo em que vivia,
e como se a riqueza não bastasse
para beijar à face a hipocrisia:
ai, amor meu, prometo que seamasse
alguém, serias tu, luz do meu dia.

(Paulo Fichtner)

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