Para mim, pouco importa a recompensa
Dos meus carinhos, quando te procuro;
Dirão que tens um coração tão duro,
Que pedra alguma há que em rijeza o vença.
Dirão que a calculada indiferença
Com que tu me recebes, é seguro
Condão que tens, de todo o meu futuro
Trocar, sorrindo, em desventura imensa.
Dirão... Que importa a mim/ Dá-me o teu leito,
Dá-me o teu corpo, fecha-me nos braços,
Une os lábios aos meus, o peito ao peito,
Que eu nem saiba qual seja de nós dois...
Mentem teus beijos/ mentem teus abraços?
Será tudo mentira... mas depois.
(Guimarães Passos)