09 setembro, 2011

Aqui neste momento

Aqui neste exato momento sentado no sofá, assistindo ao jogo da Nova Zelândia contra Tonga pela abertura da RWC 2011 eu me sinto feliz.

E só.

E por que me sinto assim? Sinceramente, não sei.

Acontece tanta coisa com a gente, sabe... Que quando acontece alguma coisa boa quase não acreditamos nela. E essa coisa boa aconteceu comigo.

Começou com um pique-esconde e hoje é um pega-pega.

Agradeço por isso e pela grata surpresa que é cada dia a dia. E também por todas as alegrias, problemas, viagens, atrasos, partidas e chegadas.

Agradeço imensamente por tudo isso e por tudo aquilo que ainda há por vir.

Talvez seja por isso que eu esteja feliz sem saber ao certo o motivo.

26 junho, 2011

Guilty

Em 2 semanas de convivência eu cheguei a uma conclusão: é preciso muito mais do que amor.

É preciso cumplicidade. Sem ela os planos e projetos pensados não dão certo. Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, não?

É preciso autodeboche. Sem ele não há as risadas bobas de atitudes ainda mais bobas, mas oriundas de uma imaginação fértil sem igual e que muitas vezes só você e e outra pessoa entende, mas que já é o bastante.

É preciso loucura. Um pouco dela não faz mal, não é?

É preciso cuidado. Com aquilo que se faz, com aquilo que se diz e com a maneira que se diz. O cuidado com o outro é fundamental e reflete o carinho.

É preciso perdoar. Sem ouvir o outro, sem entendê-lo e sem que você possa se explicar é extremamente difícil tomar uma decisão, por mais que ela possa parecer a mais acertada naquele momento.

É preciso admirar, mutuamente. Admirar as coisas cotidianas, as pequenas coisas que preenchem as 24 horas do dia, os jeitos, as formas, os modos, as manias. Sem admiração não há tesão que resista!

É preciso também alguns segredos e alguns mistérios. Esses falam por si.

Pratiquei isso tudo nessas 2 semanas.

E nessas 2 semanas de convivência eu cheguei a uma outra conclusão: I'm guilty. Guilty of love.

19 março, 2011

Pontualidade

Faz calor, depois faz frio. Aquela bagunça.

Tu sai de casa com o sol brilhando, bonito e quente, logo cedo. 
Depois do almoço fica tudo cinza. 
E no meio da tarde esfria e chove. E muito.

E aí, morando em São Paulo,tu nunca sabe qual a melhor roupa, se leva ou não o guarda-chuva e etc. E, acima de tudo, quanto tempo vai demorar pra chegar em casa atravessando a cidade com o trânsito parado.

Uma coisa é certa: esse ano ele está sendo pontual.

Com vocês, o outono.

(E salve-se quem puder!)

13 março, 2011

Arrival and Departure

Chegou. E, 5 dias depois, se foi.

Às vezes eu acho tudo muito rápido e queria fazer mais. Ir a mais lugares, comer em mais restaurantes, ver mais exposições, assistir mais filmes.
Nem sempre dá. Nosso tempo é curto para gastarmos com "supérfluos". Mas dessa vez comemos, compramos, dançamos e "nadamos", todos exageros nossos muito gostosos.

O que me conforta é vê-la, senti-la, abracá-la, apertá-la e beijá-la, muito.

Quando o fim, inevitável, chega não há mais o que fazer a não ser se despedir e se armar de coragem e amor para enfrentar o período de ausência.

Ela se vai. E é nessa hora que vejo a cena que me deixa sem palavras:

De longe, vindo ou indo, eu a vejo sorrir um sorriso lindo com aqueles pequenos olhos expressivos.

27 fevereiro, 2011

Ain't no sunshine

Ain't no sunshine when she's gone
It's not warm when she's away
Ain't no sunshine when she's gone
And she always gone too long anytime she goes away

25 fevereiro, 2011

Deste jeito

Assim, deste jeito.

No início eu estava indeciso, mas animado. Já tinha visto aquele filme? Ah já, com certeza já...

Mas foi preciso muita coragem. Coragem para botar a cabeça fora da linha d'água, respirar, decidir e entrar novamente de cabeça.

Com isso, consegui te enxergar do jeito que és.

Subtrai o retoque nas fotografias (se é que houve algum), a maquiagem, os melhores ângulos daquelas fotos, a voz sedutora, o andar provocante, as roupas chiques, o cheiro do perfume...

Somei a impulsividade, a tagarelice, as manias, o despertar desatento, os poros e os defeitos.
Aí sim, me decidi.

E aqui estou. Até o dia em que você disser "Saia, por favor".

19 novembro, 2010

Carta de José a José

Eu te digo, José: por esta carta

Não garanto mentira nem verdade:
O que de mim não sei sempre me aparta
Da franqueza de ser e da vontade.

São cobiças inúteis, vãos desgostos,
São braços levantados e caídos,
São rugas que cortam os cem rostos
Da comédia e do jogo repetidos.

Desse lado da mesa, ou desse espelho,
Vais seguindo as palavras invertidas:
Assim verás melhor se, quanto, valho
Ao revés dos sinais e das medidas.

(Correm águas geladas no meu rio.
E roucos cantos de aves, derivando
Por silêncio frustrado e calafrio,
Vão manhã doutro dia recordando.)

Cai a chuva do céu, e não te molha,
Está a noite entre nós, e não te cega.
Não sorrias, José: à tua escolha
O que nos sobra de alma se me nega.

Desse lado da mesa, onde me acusas.
Te levantas. A marca do teu pé,
Na soleira da porta que recusas,
Fecha de vez a carta inacabada.

Tua sombra pisada, teu amigo — José.

(José Saramago)

16 novembro, 2010

Questão de Palavras

Ponho palavras mortas no papel,
Tal os selos lambidos doutras línguas
Ou insectos varados de surpresa
Pelo rigor impessoal dos alfinetes.


De palavras assim arrematadas
Encho palcos de pasmo e de bocejo:
Entre as portas me mostro, agaloado,
A passar flores secas por bilhetes.


Quem pudera saber de que maneira
As palavras são rosas na roseira.

(José Saramago)

06 novembro, 2010

Alquimista

Não é aquele do Paulo Coelho não, pombas! O alquimista da história sou eu mesmo. E não é aquele alquimista que busca descobrir o elixir da imortalidade ou então que se utiliza da tal pedra filosofal.

Minha alquimia é culinária, em sentido lato. 
Não sei precisar o motivo que me levou a gostar de cozinhar e tudo o que envolve esse ato, mas me arrisco a dizer que foi a educação que tive e as mulheres ao meu redor. Criado numa casa com 3 mulheres e passando grande parte dos domingos e dias santos junto delas e de uma dúzia de tias e primas não tinha como não ficar às voltas com o mundo culinário (e com o mundo feminino, o que me leva a entendê-las, mas isso fica pra uma próxima ocasião).

Cheirar, balançar, provar, escolher, comprar, cortar, temperar, bater, mexer, enfeitar e servir. Cozinhar é isso tudo. A união desses atos fascinantes é pura alquimia! 

Ou não?

Dessa alquimia se faz o amor, as risadas e outras tantas boas coisas. Sentimentos e alimentos misturando-se uns aos outros.

É preciso muita sensibilidade e paciência.

E tenho sorte de estar acompanhado por quem admire e entenda essa minha alquimia, sem que me torne subverniente. Assim como eu sei que ela também gosta de se meter a alquimista às vezes (o que faz com muitíssima propriedade!).

E, confesso, não vejo a hora de "inaugurar" a cozinha do apartamento. Que, de antemão, já reclamei como sendo território meu.

Aí sim, a felicidade vai ser geral!


06 setembro, 2010

A tua dúvida

Por vezes, já me vi sendo questionado por você a respeito de algo bastante peculiar, deveras sui generis: O que fazer comigo?

Ora, mas como assim? 
É simples... Não faça nada comigo. Nada diferente do que tem feito e, ao mesmo, tempo faça tudo comigo.

Me tire do sério uma vez ao mês, me faça um louco bobo. Toque em mim, mas muito, e principalmente nos cabelos, para bagunçá-los. Ria o teu riso lindo e jamais me tire ele, cujo sem o qual eu morreria (licença poética, caro Neruda). Faça aquela cara que só você sabe fazer (sim, a do pescoço, essa mesma!) e que só eu e você sabemos e entendemos o que é. Me faça sentir saudades suas, seja morando aqui ou ai. Me fale da Sprintcup, da Nationwide ou da Nascar Series como se eu sempre estivesse por dentro de tudo. Continue sabendo tudo dos outros esportes enquanto eu vou procurar saber quando meu time joga contra o seu e qual a posição deles no campeonato. Me deixe jogar rugby, mesmo que seja pra voltar para casa reclamando das dores pelo corpor e do joelho esfolado. Brigue comigo quando eu estiver dirigindo rápido demais sem motivo para tanto. Me deixa ficar programando os passeios que você tanto já fez e que eu tanto quero fazer. Conte-me histórias que me façam rir. Acredite nas muitas verdades que eu te digo e nas poucas mentiras também, elas são sempre por uma boa causa. Respeite meu choro (nas poucas vezes que isso acontecer). Me deixe só, mas volte quando eu te chamar. Não me "obedeça" sempre, porque eu bem gosto quando você me contraria. Seja um pouco caseira e um pouco da vida. Não ligue para as besteiras que eu por vezes falo. Seja abusada e assanhada comigo. Me deixe nervoso e inquieto. Deixe que eu levo o cachorro para passear e o lixo pra fora. Seja pateta, impulsiva e emotiva e não tenha vergonha ou se sinta culpada por isso.

No final de tudo, mas lá no final mesmo, se nada disso funcionar... deixe tudo de lado e me ame. Simples assim.

Respondido?