18 maio, 2009

Pra onde?

Pra onde você está indo?
Pra onde eu estou indo?
Pra onde o mundo está indo?
Pra onde a vida tá levando a gente?

Pra Brasília? Pra Brisbane?

Ou será que um dia a gente ainda volta a jogar bola naquele quintal estreito e comprido, de uma infância não muito distante, numa tarde quente de algum domingo depois do almoço?

Ainda, será que, depois da bola, Dona Maria Aldina e Dona Rose vão querer matar a gente só porque estamos suados? Vai saber...

Não dá pra saber nada, não dá para adivinhar nada.

Mas e daí, só por causa disso nós vamos desistir? Vamos deixar de tentar? Se pouco nos conhecemos a resposta é "Jamais!".

Num dia estávamos sentados almoçando separado do restante da família porque somos os únicos que não comem bacalhau e vivíamos de macarrão no almoço de Páscoa.

Num outro estávamos viajando sozinhos, dormindo com um olho aberto e o outro fechado numa rodoviária perdida numa cidade de interior só pra poder aproveitar mais o feriado chuvoso de Carnaval.

Numa vez era eu que resolvi aprender a cozinhar e fiz o nosso almoço de Páscoa porque ainda não aprendemos a gostar do bacalhau que nossas mães fazem.

Na outra era eu chegando exausto de um final de semana em Brasília e te encontrando de bermuda e chinelo no saguão de desembarque do aeroporto com aquela cara de você dizendo "Que porra você tá fazendo aqui?"

Depois era você chegando de Ilhéus e me encontrando no saguão do aeroporto de Salvador com um livro na mão para um mochilão pelo litoral da Bahia.

E pra que tudo isso?
Você mesmo, naquele nosso último almoço juntos naquela cantina, disse tudo: "Bagagem e experiência de vida cara!" Essa é a resposta para todas essas nossas perguntas.

Talvez você não saiba (e se eu não contar, você nunca irá saber não?) mas é o irmão que eu não tive. E que já não dá mais para ter, então vai ter que ser você mesmo e pronto. Meu super-herói sempre atrasado.

A idéia inicial do texto era dizer um "Não vai porra nenhuma!", mas adianta? Não.
Então vai, mas volta. Vai e toma todas as Foster's possíveis por você e por mim. Vai e e na volta me conta tudo com a cumplicidade de irmãos que só nós 2 conseguimos ter. Vai e conheça todos os animais que só existem lá. Vai e assista um jogo de rugby e depois me diga qual esporte é de cara delicado criado com a vó. Vai e dê um pulo na Nova Zelândia. Afinal, são só 7 meses não?

Dia 20 eu não estarei lá. Despedidas sempre são muito tristes e me fazem chorar. Não vamos tornar isso ainda mais díficil né?
Ah sim, e espero que você me desculpe por isso. Mas dia 5 de dezembro, quando você voltar, estarei lá revivendo a sensação de uma espera infindável num desembarque de aeroporto.

Eu fico. E cuido de tudo o que você me pediu. E penso em tudo o que você me disse. E depois te mostro os resultados.

Boa sorte por lá.

E sucesso. Muito e sempre. Você merece.

Um beijo grande e um abraço maior ainda.

P.S.1 - Foi foda lembrar e escrever tudo isso sem chorar algumas muitas vezes.

P.S.2 - E você, pára de chorar só por ter lido isso, mocinha!rs

Um comentário:

  1. Carai.... ateh eu toh chorando! Teu primo, certo?

    Eh meu caro... sei como eh ter um irmão longe! Eh foda, mas eh assim q eh... uma hr dessas a gente tem q desgrudar neh?! e essa hr sempre vem!

    Tamo junto!

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